A VITO nasceu no fim de 2013 como uma marca própria da Men's Market, e a ideia do projeto era oferecer produtos de alto nível com um preço brasileiro, uma vez que no Brasil só existiam à época marcas importadas com um nível de qualidade mais aceitável.
Ainda vamos explorar mais esses momentos da nossa história, aqui a ideia é estrear o nosso Jornal com um foco na Nossa Saga, que é como estamos chamando a saga de construção de marca da VITO.
Em 2016 a marca virou uma unidade de negócios separada da Men's, passando a ser controlada por um novo grupo de sócios, entre eles o Pedro e o Rafa, que entrou em 2017 na operação. Como o canal de quiosques já existia e era muito rentável, o plano inicial da marca era expandir a rede de quiosques.
E assim foi: saímos de uma operação no shopping Market Place para 5 operações (shopping Eldorado, shopping Iguatemi, shopping Cidade São Paulo e shopping Pátio Paulista).
2017 vinha sendo um ano muito positivo, escalamos a empresa e alcançamos algumas metas bem legais. Só que a partir do meio do 2º semestre vários problemas começaram a se acumular: duas fábricas que nos atendiam fecharam as portas, o fluxo nos shoppings secou e ficamos alguns meses sem estoque. A reação inicial foi de negociarmos aluguel e eventualmente tirar o time de campo e rescindir o contrato.
Mas os shopping estavam em outro momento: com o fluxo de pessoas e vendas caindo, muitas dúvidas sobre as perspectivas econômicas, optaram por não abrir mão da multa da rescisão porque existia um movimento de fechamento de várias lojas.
Muitos shoppings de alta renda começaram a perder lojas e colocaram tapumes no lugar. Essa cena que era comum no Brasil em algumas cidades que abriram mais shopping do que a demanda suportava, chegava a alguns shoppings de alto fluxo em São Paulo.
Nesse momento com as estruturas ruindo, quiosques sem estoque, a gente perdendo os melhores vendedores para outras lojas, um amigo empreendedor me mandou um post do blog do Ben Horowitz (https://a16z.com/author/ben-horowitz/), empreendedor, investidor e autor de alguns dos melhores livros sobre empreendedorismo. Nesse post tinha a seguinte passagem:
Em tradução livre seria algo nessa linha aqui: "Toda a energia mental que você usa para elaborar a sua miséria seria bem melhor usada para achar a possível solução para sair da bagunça que você se meteu. É melhor gastar zero do seu tempo no que você deveria ter feito e todo o seu tempo no que você pode fazer. Porque, no fim das contas, ninguém liga, vai lá e faz.
A gente, na verdade, tinha as desculpas perfeitas. Um conhecido tinha quebrado a startup dele de produtos naturais com a greve dos caminhoneiros. A gente foi conversar com vários players de mercado, com fundos que investem em iniciativas parecidas, e recebeu, nas minhas contas, 84 "nãos". Fomos infinitas vezes conversar com concorrentes perguntando se fazia sentido juntar.
A economia estava naquele marasmo pós crise "Josley day" e greve dos caminheiros.
A cama tava toda armada. Todo mundo entenderia porque a gente estava prestes a desistir de um negócio que tinha todas as desculpas - todas válidas, importante dizer. Foram meses de noites mal dormidas e muitas discussões entre eu e o Rafa. Até que decidimos tomar uma decisão pouco óbvia: levantar dívida e construir de volta tudo aquilo que a gente via em VITO e só estava no papel e nas palavras dos usuários.
O racional por trás dessa decisão era claro: os relatos de quem usava a marca e tava desesperado atrás dos produtos porque não encontrava algo parecido.
E aí mandei essa mensagem:
A espera acabou e mensagens como essa foram o nosso combustível para nos melhorarmos e continuarmos o trabalho