A São Paulo por seus 468 anos com amor

A São Paulo por seus 468 anos com amor

É um clichê dizer o quanto é ruim mas é bom viver em São Paulo. Ame ou odeie, São Paulo não é São Paulo à toa, convenhamos que ninguém vira a maior cidade do ocidente por acaso.

Como que a cidade com tantos problemas urbanísticos, de habitação, de zeladoria, de mobilidade, de conservação, de violência, de desigualdades consegue ser uma cidade que atrai gente de todo lugar do país e é o lugar no mundo onde acontece um dos maiores encontros de culturas diferentes?

São Paulo teve seu boom inicial dado pelo café no século XIX, e mesmo com Campinas, Ribeirão Preto e Santos sendo cidades mais promissoras para crescerem, foi São Paulo quem virou uma megalópole de 22 milhões de pessoas.

O primeiro impulso foi dado por São Paulo ter virado um ponto muito beneficiado pelas malhas ferroviárias que transportavam o café, principal item exportado pela economia brasileira da época. São Paulo virou um ponto de encontro entre Rio de Janeiro, Campinas, Ribeirão Preto e Santos, cidade por onde a produção era escoada pelo porto.

Com a pressão pelo fim da escravidão no fim do século XIX, o senador e fazendeiro Nicolau Vergueiro teve a ideia de substituir escravos por imigrantes europeus nas suas fazendas. Como muitos desses imigrantes já tinham outras profissões em suas cidades natais, acabaram vindo morar em São Paulo, onde havia demanda para serviços de maior valor agregado.

O que veio depois foram décadas de encontros e desencontros entre migrantes e imigrantes de todos os lugares do país e do mundo. Em várias nacionalidades, São Paulo é a maior cidade do planeta com população, com grandes fluxos de portugueses e espanhóis no século XIX e depois um grande fluxo de italianos no século XX.

E nas décadas seguintes, imigração japonesa, alemã, austríaca e de outros países da américa do Sul como argentinos, bolivianos e colombiamos. 

Uma curiosidade: o principal pólo de imigrantes em São Paulo é o bairro do Bom Retiro, onde judeus, sul-coreanos, gregos, bolivianos e italianos fazem do bairro o mais diverso da capital paulista. E é no Bom Retiro que fica uma das nossas fábricas.

No que diz respeito às migrações, movimentações internas dentro do Brasil, São Paulo também é referência em oportunidades e muitos encontros, com destaque para migrações vindas do Norte, Nordeste e de Minas Gerais.

Como todos os seus problemas, São Paulo completa 468 anos nesta terça-feira.

Se ainda está muito do que imaginamos como o ideal, podemos dizer também que é a cidade é referência em muita coisa para o país e para o mundo, sobretudo como um caso de interação e diversidade entre culturas tão distintas que escolheram essa improvável terra como casa.

A São Paulo, com amor

 

 

 

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